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Requienm
22 septembre 2004

.::Frágil::.


Estou nesses dias de até escrever. Como um eclipse. Eu olho enquanto ele não passa, enquanto não se indispõe com a minha metade real que, por mais que seja mínima ainda é real. É, eu sei que não sonho. Estou de pensar um pouco. Fixo em superfícies, fixo sobre as pedras. As pessoas falam e eu finjo que respondo. Estou meio que imerso em Literatura e dela faço meu pequeno mundo que é bonito por nunca amanhecer. As noites são sempre dias inteiros e nada é tão escuro, apenas talvez quem sabe de um leve azulado.

Este parágrafo não era para estar aqui, mas ele precisa ser. Existir não é coisa que se faça com um tapinha na bunda e um choro. Existir é coisa que se faz ao longo, mas quanto o existir pode feiri é coisa que me escapa. Às vezes, é só um traço tolo, um risco, um lapso na sua ponderabilidade, naquela sua eterna frieza em considerar o que te fere e o que não e a guerra de subjetividades está traçada com seus planos de queda e conspiração. Trágico? Talvez, não em um domingo. Assim como os meus olhos hedônicos, a venda tem de se estender a algo além. Por agora, deixa estar. Tenho estrelas nos bolsos. Sinais de uma quarta chuvosa e sem lucro para o capitalismo amoroso eu-beijo-tu-te-entregas.

Aliás, experiência insensata a do último dia. Eu, lendo textos janinos. A menina escreve e o menino admira. Aquela sensação de entrar no quarto do gênio e ver sua cama desarrumada presumindo que cada dobra no lençol mortalhado sobre a cama representa um estado de consciência-inconsciência que sugere  o parto perfeito das letras. Dúvidas sobre meu gosto literário, busquem as luzes em vinil. Irão descobrir mil estantes numa mulher. Livros sem poeira. Ainda irei seqüestrar um poema dela para cá e analisá-lo exaustivamente.

Poemas falando, até que escrevo. Último, venho tomado de ânsia, de um alheamento que me aproxima, que uma raiva criadora. Seriam banhos de caos? Seriam uma tal vontade de escrever sem vírgulas e fazer de períodos cursos irrevogáveis de um rio sem marcas de oralidade ou tropeços estúpidos sobre o nosso mulambo angelista? Dane-se a última flor do Lácio. Inculta, talvez, mas bela me lembra as placas de pare. Confuso? Se eu descrevesse o que sou...mas isso todos dizem e sinto que ser comum é fugir ao lugar comum. Todos somos complicados, não é assim? Eu só quero o dom de tocar as coisas mais simples e tomá-las para mim. Fazê-las infinitamente minhas. A posse me liberta, é por isso que te quero tanto.

[dO.Ob] Shelter feat. Amy Lee - Broken
'Cause I'm broken when I'm open
And I don't feel like I am strong enough
'Cause I'm broken when I'm lonesome
And I don't feel right when you're gone away

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Commentaires
M
EU TE AMO, BB! Saudade... Ja faz uma hora que nao te vejo! :D :*
M
"Da mais alta janela da minha casa<br /> Com um lenço branco digo adeus<br /> Aos meus versos que partem para a humanidade.<br /> <br /> E não estou alegre nem triste.<br /> Esse é o destino dos versos.<br /> Escrevi-os e devo mostrá-los a todos<br /> Porque não posso fazer o contrário<br /> Como a flor não pode esconder a cor, nem o rio esconder que corre,<br /> Nem a árvore esconder que dá fruto.<br /> ...<br /> Quem sabe quem os lerá?..."<br /> <br /> O Guardador de Rebanhos - Fernando Pessoa
J
Bruno, vc realmente está confuso... Esqueceu remédio?
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